Já ouviu falar sobre a Mancala?
Mancala é um grupo de jogos de tabuleiro originado na África, onde seus principais fundamentos são a semeadura e a colheita, bases das sociedades ancestrais daquele continente. Não se sabe ao certo qual desses povos criou a primeira versão do Mancala, pois há indícios destes na antiga cidade Axum na Etiópia e na civilização Egípcia pré-faraônica. As evidências que tratam os jogos de semeadura como os mais antigos jogos da Humanidade estão presentes no templo de Karnak e em pinturas no vale do rio Nilo.
![]() |
Fonte: http://goldfeather-arvy.blogspot.com.br/ |
A
semeadura e a colheita representam a força da agricultura no continente
africano, desafiada pelo clima da região. Devido as grandes áreas desérticas,
as civilizações e culturas ali presentes optavam a se estabelecer próximo aos
grandes rios (como o próprio Nilo e o Niger, mais ao sul) que possuem ciclos de
estiagens e cheias. Quando o rio baixava, as terras antes ocupadas pelas águas
passavam de estéreis a férteis, possibilitando o plantio. O Mancala representa o recomeço, a partilha, a
prosperidade.
A partida deve ser feita em dois jogadores, cada um dispondo de um dos lados do tabuleiro com uma série de cavidades. Ambos recebem um número idêntico de sementes antes de começar a partida, que é dividida em duas fases: semeadura e colheita. Durante a primeira fase, cada jogador distribui igualmente suas sementes em cada cavidade, sem que sobre nenhuma em sua mão. O jogo começa quando um dos participantes “colhe” todas as sementes de uma de suas cavidades, distribuindo em seguida apenas uma semente de cada vez em qualquer lugar do tabuleiro. O adversário imita o processo em seguida.
A partida deve ser feita em dois jogadores, cada um dispondo de um dos lados do tabuleiro com uma série de cavidades. Ambos recebem um número idêntico de sementes antes de começar a partida, que é dividida em duas fases: semeadura e colheita. Durante a primeira fase, cada jogador distribui igualmente suas sementes em cada cavidade, sem que sobre nenhuma em sua mão. O jogo começa quando um dos participantes “colhe” todas as sementes de uma de suas cavidades, distribuindo em seguida apenas uma semente de cada vez em qualquer lugar do tabuleiro. O adversário imita o processo em seguida.
A
segunda fase é o momento que os jogadores podem “colher” as próprias sementes e
as do adversário. A colheita só pode acontecer quando a semente for colocada em
uma cavidade que já tenha duas ou três peças, assim o jogador recolhe todas
para si. Quando capturadas, as sementes são removidas do tabuleiro e
armazenadas. Caso depois da captura, o jogador tiver cavidades que também
possuam duas ou três peças, estas também podem ser “colhidas”. O jogo termina
quando um dos jogadores consegue armazenar vinte e cinco sementes. Em alguns
casos, os jogadores acabam entrando em um processo de semeadura sem fim, onde
nenhum dos dois consegue executar a colheita. Quando isto acontece, o jogo é
interrompido e os jogadores podem recolher as sementes que estão nos próprios
territórios. Ai ganha quem tiver mais sementes armazenadas.
![]() |
Fonte: http://www.africouleur.com/en/awale-games/123-awale-turtle-game.html |
Devido
aos diversos movimentos migratórios que diversas culturas passaram em milhares
de anos, os jogos acabaram recebendo pequenas modificações, como o formato do
tabuleiro ou o próprio nome. No Quênia, onde os antigos estavam ligados as
atividades de pastoreio, as sementes
foram substituídas pelo gado e o armazenamento pelo encarceramento de
animais. Os tabuleiros diferiam devido ao formato, material e até número de
cavidades, refletindo o status social
da dupla de jogadores. Poderia se encontrar deste um belo tabuleiro artesanal
feito em madeira nobre com formato de animais até simples buracos cavados no
chão. Ainda que fosse jogado pelas mais diversas classes e etnias diferentes,
alguns conceitos básicos sempre eram mantidos: a lógica, o raciocínio e a
habilidade de analisar o jogo com paciência. Nenhuma partida de Mancala pode ser vencida pela simples
sorte.
Outro fator que une os jogos de semeadura são as exigências que fazem ao participante, dentre elas a de não colher as sementes do adversário caso isto o prive de continuar jogando. Se o tabuleiro se refletia no ciclo de colheita, também se refletia na forma como os ancestrais encaravam a própria vida em si: o oponente não é um inimigo que deve ser derrotado e levado a morte, afinal o próprio jogo deixa em aberto situações onde o jogador pode semear as terras que não são suas. Trata-se de partilha, do sentimento de comunhão, de entender que a dádiva das terras férteis, tão escassas em terras de vastos desertos, é um presente para todos.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre os jogos de Mancala? Então venha visitar a nossa Exposição “Eu brinco, Tu brincas, Nós brincamos”! Teremos nela um exemplar do Awalé, forma como a Mancala é conhecida na Costa do Marfim, para você conhecer de perto esse jogo. E caso você queira ler mais um pouco, segue abaixo algumas referências sobre esse tipo de brinquedo africano.
Outro fator que une os jogos de semeadura são as exigências que fazem ao participante, dentre elas a de não colher as sementes do adversário caso isto o prive de continuar jogando. Se o tabuleiro se refletia no ciclo de colheita, também se refletia na forma como os ancestrais encaravam a própria vida em si: o oponente não é um inimigo que deve ser derrotado e levado a morte, afinal o próprio jogo deixa em aberto situações onde o jogador pode semear as terras que não são suas. Trata-se de partilha, do sentimento de comunhão, de entender que a dádiva das terras férteis, tão escassas em terras de vastos desertos, é um presente para todos.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre os jogos de Mancala? Então venha visitar a nossa Exposição “Eu brinco, Tu brincas, Nós brincamos”! Teremos nela um exemplar do Awalé, forma como a Mancala é conhecida na Costa do Marfim, para você conhecer de perto esse jogo. E caso você queira ler mais um pouco, segue abaixo algumas referências sobre esse tipo de brinquedo africano.
Vem brincar e partilhar com a
gente!
Referências:
-SILVA, Elizabeth de Jesus da; SILVA, Maria Cecília de Paula.Aprendizagem da História da África a partir dos jogos. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH. São Paulo, 2011. Disponível em:http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300913646_ARQUIVO_BethAnpuh20011.pdf. Acessado em: 20/10/2014
-Britsh Museum. Mancala – British Museum. Disponível em: https://www.britishmuseum.org/docs/dmancala.doc . Acessado em: 19/10/2014.